terça-feira, 22 de setembro de 2009

Hegemonia da Felicidade

texto escrito a dez mil anos atrás

Porque a vida é agora?É uma questão direcionada ao contexto atual, que circula como mais uma mosca no cadáver aniquilado pelo efeito globalizado do mundo, que tem na sua tábua de mandamentos o fetichismo do tempo como regra mor, e deduzido por baixo, este sacrificado pela euforia, futuro carvão para que tudo isso aconteça, dentre as diversas perguntas que poderia ter feito para a morte deve ter feito esta: “Aceita cartão?”. E a morte por sua vez retrucou: “débito ou crédito?”. Esse tipo de transação é bem recorrente entre as relações contemporâneas, em quanto os paises subdesenvolvidos devem favor ao FMI, que além de não resolver problema algum impõe um calhamaço de medidas o ser humano é margeado pelo homônimo FMI (Felicidade Monetária Interpessoal), que através de imagens e falsas expectativas atribui medidas a pratica social.
A morte referida acima é a perda de identidade que apenas um telefonema de uma atendente de telemarketing ativo pode resgatar, assim você terá o documento dos dias de hoje, se sentirá aliviado, com menos carência, menos fragmentado, com seu número e conta. Essa campanha da marca Visa de cartão de crédito, é um resumo para quem quer entender a malha de relações vigentes, nela se vende que a felicidade deve ser agora, sem pensar, pois não temos tempo para isso e num impulso frenético temos a ilusão de ao possuir aquele totem de cartões de créditos na carteira, temos o que rege o mundo nas mãos, isso faz da a euforia do consumo uma prioridade do sentir-se bem, assim como livros de auto-ajuda, ocultando o real problema do faturamento no fim do mês as doze parcelas, enfim calando a instabilidade financeira apontada pela nova ordem mundial.
A vida então se torna uma jogatina que se passa em um eterno tabuleiro de entretenimento publicitário que dá conselhos de como se viver “neoliberadamente” onde quem vence é quem tem mais crédito, só que o que não sabemos é que o mesmo cartão que proporciona o momento da compra, pode em outro dia estar separando uma carreira de drogas, e embora o motivo das duas coisas acontecerem ser o mesmo o fato do homem que não sabe viver diante dos avanços e evoluções por ele criada, um homem intimidado pela pratica do “um por todos e cada um por si”, isso pouco importa a corporação (passará a importar se der lucro, ou abater do imposto) o que você fará no próximo minuto e sim que esse espaço de tempo a conduzirá para mais um montante de grana, rumo ao buraco negro do crescimento, em função das praticidade do divino plástico acarretando a problemas visíveis nesta e em futuras gerações.
Nosso poder de escolha está acumulado nos benefícios dos limites da conta que muitas vezes nos dá a impressão de não haver limite algum de que finalmente a escolha é nossa, mas que na verdade não temos escolha nenhuma só a de ser feliz, que isso faz parte da cultura onde cada ato impensado é justificado para o bem do futuro inserto. O caso aqui não é ficar livre do consumo isso é algo impossível já que somos algo consumível, mas ficar livre do estigma da busca ferrenha atrás da felicidade e desenvolver um argumento crítico para chegar a uma conclusão ou ao questionamento de que se é possível toda essa felicidade prometida e tão veloz quanto a passada do cartão.

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