terça-feira, 12 de julho de 2011

Black Sawn uma narrativa seduzida

Uma nova narrativa interpretando cultura em Cisne Negro
A perfeição cartesiana de uma, duas, três um tour pique em torno do ego perdido do humano moderno, me fez a luz paradoxal e nula do gozo nunca alcançado, não era verdade era arte competitiva, estabelecida por técnicas somada à não fruição do erro, mas o massacre do corpo, tal que se separa mutilado da mente breve como uma avalanche, chega a outra verdade, talvez a única que se faça no prazer cultural, a seduzida, com cabelos negros é a vontade, sem esquartejamentos pós modernos, sem divisão de corpo/alma, o estar sagrado é a fruição da vida, uma arte que deve seu impulso criativo `a fruição do acaso, o algo mais do que se tem, vem de repente, a ela dar-se-ia toda a sua espontaneidade, a virgindade da arte científica, da arte explicada, não da arte entendida, arte do alvo cisne seria levada ao extremo ocidente eurocêntrico representado pela frieza inglesa do capitalismo, levada a morte.
Sufocada pela escolha tardia, pela liberdade que a fruição da vida nos dá. Odette e Odila remontando na origem dos nomes nos depararam com uma visão ocidental e oriental de mundo, na mesma carne.
Ao perceber que o próprio nome é um jogo, que na verdade não existem verdades para a sedução, que a perfeição só pode levar à morte, à inanição da arte, e já a sedução destrói tudo o que encontra para partir do zero novamente, já que se existe um nível para perfeição seu fim existe, a sedução é astuta, é circular, não se importa com ângulos ou teoremas, ou sapatilhas que encarceram, sua universalidade é alcançada quando observador torna-se observado, a inveja foi impulso de sair do espartilho, a inveja é arma de competição sistêmica, a inveja tornou-se sedução, sedução do espelho, para alcançar outro patamar de perfeição, quem frui não participa destas regras, a regra é de acordo com a musica, como diz Jorge Ben Jor, tem que dançar dançando, não que não haja fidelidade a nada, mas se é fiel ao próprio desejo, a própria natureza de viver, conhece-se um grande amor, quando não se está preocupado no porquê da vida, mas em vive-la, compreende-la num olhar dialético, obtido através do espelho quebrado de mim mesmo, quando sua imagem se contraria e você se desprende da arrogância acadêmica.
O preço de passadas cartesianas? É ter coisas sempre belas, extremamente simétricas, doentiamente belas, ocidentalmente corretas, politicamente vazias, sempre, sempre, sempre, com equilíbrio sombrio do estar certo, do imaturo viver livre, mas o atual mundo nos leva a liberdade de pensamento, basta aproveitar com fruição, isto virá mesmo que o pessimismo da elite artística não queira, como uma revolução descabida nas veias!
Momento de olhar para o interior, não o separando como um bisturi psiquiátrico, não para o interior de uma alma que teimamos separar das atitudes, para o interior igual de todos, o vermelho,cor que caminha entre o cisne negro e branco, o sangue desfrutado pelos dois, uma sangue que não só flui, mas frui, despreocupado, um sangue que não quer saber da ditadura do saber, das notas e sobre notas da clássica melodia métrica, um sangue que infiltra nossa pele por prazer, por existir naquele momento e naquele lugar sem obrigação de sair da jugular por não agüentar a pressão e frustração materna do não feito, do remorso, um sangue que não pede desculpa, deve-se viver a vida como o sangue circula na veia, um sangue não iluminista, que não separa a práxis da teoria, um sangue de criança vivo, desencanado em sair por uma ferida feita na brincadeira, um corte feito num momento feliz, que escorre do feiche de carne como escorre o gozo pela perna no sexo, não no coito de reprodução, no sexo mesmo aquele que se faz por que se quer, um sangue que não conhece a virgindade dos sentidos, que se distrai com teoremas durante a semana, mas revela seu bordô verdadeiro a quem mereça, corre por correr, sente por sentir, sem medir a velocidade, sem espaço ou tempo, não calcula o volume de carbônico que nos dá de presente o oxigênio, para assim expulsarmos e criarmos o ciclo criativo da vida, ele é tranqüilo com a morte sabe que nela não há fim, com ver a primeira vez a cor que se chama vermelha, antes sem nome, entra-se na cor, vive-se a cor, expulsa-se a cor de si, mais ágil do que as melhores mentes, sabe que o fim é o começo, não presa alcançar o doentio equilíbrio do “homem do bem”, até a mais insensível máquina sabe, a repetição não leva à paixão, e sim ao desgaste, o caminho da paixão são os devaneios do mero acaso, do qual até santos podem errar, e o que é o erra ao menos que um ponto diferente da narrativa, o sistema sisudo não permite devaneios, ele que pessoas centradas, e insiste em dizer que a escolha é sempre sua, ele inspira a perfeição para que não dê tempo de pensarmos no prazer, sufocando pobres criança sem suas amarras as queimando no fogo do saber, fogo artificial a fluorescentes confundindo a noção de sol, como as mariposas de Marx, confundidas com a beleza do sintético, dispensando nosso desajeitado e humano jeito de ser, a perfeição não admite conflitos, só a violência para acabá-lo no caso presente o suicídio, movido pela obsessão à harmonia, sem admitir o conflito criativo, estamos parte de um corpo só sem escolhas, sem a hegemônica felicidade, conduzido apenas a girar a girar a girar, a gira da cultura destrutiva, para nascer a arte novamente, com luz desligada e a maestria da lua com sua sabia vontade de aparecer em cena.

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